Para uma solução condigna

Muito gostaríamos que este pudesse vir a ser apresentado, no futuro e mormente em época de eleições, como um caso de sucesso da actual governação.
Ou seja, que, apesar de não se ter preocupado devidamente e em tempo oportuno, com a solução a dar ao que provisoriamente ali ficara instalado, conseguiu, em escassas semanas e mercê da congregação dos esforços dos ministérios envolvidos, lançar mãos a uma solução condigna, que lhe enaltece a eficácia.

José d’Encarnação


25 junho, 2008

À ÚLTIMA HORA

Consigne-se, antes de mais, que é erro dizer «à última da hora»: o da está a mais. Erro frequente este: o da frase e… o da atitude.

Habituámo-nos já a viver sob pressão, com prazos curtos a cumprir. Amiúde, aliás, os mandantes de Lisboa até nos remetem textos para apreciar tão em cima da hora que, como convém, nem tempo há para reflectir e dar parecer fundamentado. Prazos dilatados, por outro lado, também não interessam muito, porque… «ainda temos muito tempo!» – e lá vamos adiando...

Fala-se de «país adiado»; no nosso dia-a-dia, porém, nós próprios somos «adiados» («Logo se faz»…) e temos a distinta lata de criticar um senhor que foi empossado e fechou serviços sem pensar nas alternativas: «Fecha-se e logo se vê».

Neste momento, debate-se a comunidade arqueológica portuguesa com um problema assim. É que ao Ministério da Cultura foram emprestadas instalações a prazo, ali em Belém, e lá se ergueram serviços – como a preciosa biblioteca e demais secções do Instituto Português de Arqueologia – sem se anotar na agenda que, um dia, era preciso sair dali.

E esse dia chegou. Os verdadeiros «donos» do espaço querem dar andamento ao processo das novas construções, têm programado para Setembro o começo das demolições e… aqui d’el-rei, para onde é que vai a biblioteca?...

Ninguém, a nível dos mandantes, se havia disponibilizado para pensar nisso a sério!... «Logo se vê. O senhor ministro que vier que arque com o problema».

E, agora, têm a criança nos braços e não sabem que comida lhe hão-de dar.

Amigo, se quiser ajudar na «amamentação», vá a http://www.petitiononline.com/biblipa/petition.html e, se lhe parecer bem, assine. Em menos de duas semanas, ultrapassámos as 1200 assinaturas. É obra!

José d’Encarnação

Jornal de Cascais, nº 131, 17-06-2008, p. 4.

Sem comentários: